o destino inadvertidamente
esqueceu em meu caminho:
uma caneta e uma espada.
Confesso... a espada brilhou
nos meus olhos,
sua lamina com a agudeza dos
seus gumes, deu-me coragem,
atrevimento.
Até pensei que doravante meus
confrontos, meu corpo-a-corpo,
seria de um soldado de
infantaria e iria me trazer todas as vitórias,
em contentamento,
e eu iria combater em todos
os terrenos com todo o destemor.
Por um tempo a portei no
coldre, a carreguei no ombro,
deu-me força, vitalidade.
Houve um momento... com ela
em punho,
quase... sai por ai, julgando
os outros sonhos,
e sentenciando outros vôos,
este é meu testemunho.
Mas... sorte que nunca a
usei, nem a desembainhei em luta,
e com ela nunca feri, nem
sangrei.
E o tempo passou... ela não
só pesou no corpo, como na consciência.
Um dia... em desilusão a
abandonei pelo caminho.
E em delírios... resolvi
utilizar a caneta, transformei-me em poeta.
Obvio é... sou quase uma peça
de museu, uma coisa em desuso,
sou um escritor prolixo, um
escriba difuso, com uma rima em abuso.
Transcrevo linhas atrevidas,
teclo sempre a palavra: amor.
Sou às vezes obstinado,
repetitivo... em dizer:
É preciso ter coragem para
ser feliz, sempre.
Minha escrita é lúdica, quase
incompreensível, ataco sem machucar,
sangro às vezes sem ferir, travo
diálogos com a própria alma.
Redijo somente para os
loucos, e aos que ainda insistem em amar.
Falo aos que ainda conseguem
ver as borboletas, os anjos,
e dançam com loucas
bailarinas, se emocionam diante de um Jequitibá,
e em devaneios extasiam-se
perante uma flor.
Componho para os que tracejam
um caminho, em esperança.
Para os que jamais irão
abrandar a luta, ou desistir,
poeto para os que dançam com
o medo,
e não fazem segredo do seu
aguerrir.
Sei que é pouco... ínfimo
até,
mas, falo para os que sabem dos
perigos do cotidiano,
e sem engano, continuam...
enfrentam os temporais,
o mar bravio... as incertezas
do destino, os ventos... a maré.
Um dia... abandonei a espada,
que todos a tem em mãos,
a portam como um troféu, um
símbolo de poder,
e ficam assim, toda uma vida,
e são... mais um na multidão,
perambulam como autômatos...
nesta coletiva solidão.
Eu... virei poeta,
silêncio... olho para a vida com amor,
sou quase isolamento... em tudo
encontro beleza,
poetizo a vida... com
singeleza...
hoje, sou contemplação.
Ari Mota
2 comentários:
Viver é compor esse cenário, ultrapassar, superar, reinventar-se e não deixar de sonhar...não desistir...e, se possível, fazer versos da própria existência.
A vida rima com decisão!
Um grande abraço, Ari querido!
Querido amigo,
Hoje é dia de dizer que te quero bem,
que penso em ti sempre
e que tua amizade é muito importante para mim.
Quero dizer também que teu carinho
e tua alegria tornam minha vida mais bonita,
e que te conhecer me fez crescer muito.
Feliz dia do amigo.
Beijocas
Postar um comentário