Tentei de varias maneiras...
fiz algumas formulas em fascinação,
debrucei nos escritos
empoeirados pelo tempo,
até alguns ingredientes
comprei.
Ensaiei alguns relâmpagos...
com os meus abraços,
provoquei estrondos com os
meus beijos...
E depois, fiz silencio com os
meus afagos,
e percebi que cintilou o meu
olhar... quando te encontrei.
Mas, tudo foi tão pouco,
tinha que criar uma
irresistível tentação,
um encantamento, para tudo
perdurar, durar para sempre,
e fazê-la ficar assim bem
perto... dentro do meu coração.
Evoquei força astral, até uma
intervenção sobrenatural,
fiz tudo em magia,
calmaria... virei até solidão.
Mas, tudo ainda era muito
pouco, ínfimo até,
era tudo um quase nada, um
talvez... só faltava acabar.
Eu que não queria ficar no
abandono,
fiz todos os feitiços para
você me amar.
Por um tempo procurei
reciprocidade,
mais pudera... era na minha
mocidade,
ocasião de colher, e não
espalhar semente,
reclamava carinho, calor,
corpo ardente.
Hoje, envelhecido...
Com aparência de um mago em
descompasso,
descobri que antes eu
sabia... hoje, nem tanto,
e de amor pouco sei, ou se
sei... só o meu,
e dos outros nada cobro, nem
espero ou pouco faço.
Amar é uma propositura íntima,
um oferecer,
é um aparar a grama, rastelar
as folhas secas,
podar os galhos que
ultrapassam as cercas,
é regar a flor.
Hoje, envelhecido...
Enfeiticei... a minha própria
alma, a inundei de amor.
E quem me ama... olha-me
assim: como sou,
e quem não me descobre,
e não percebe este feitiço
que trago na alma,
nunca me amou.
Ari Mota
3 comentários:
O amor é assim, sem condição, enfeitiça, atiça, e, quem ama, é feliz...
Lindos passos destes ao encontro de ti...
Bjos, meu amigo!
Bravo!! Adorei!!
Que bom encontrar um espaço tão legal.
Um abraço!
Amo ler-te!!!!!
Meu querido amigo poeta (queira me desculpar, poeta é você. Está bem, somos nós dois, mas só na nossa concepção, rsrssss), você me faz refletir profundamente, sempre...!!
Eu penso que o amor seja sereno. Eu o comparo com uma casa que precisa de arrumações diárias, mas nada de perfeições.
Abraço grande, meu querido amigo Ari.
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