Lembro-me, e como lembro...
E como durou... fustigou a
alma,
como o vento faz no arvoredo
e o mar bravio... no rochedo.
Foi exaustivo, bateu sem
parar.
Mas, consegui romper os
paradigmas que me obrigaram a acreditar,
nas cercas que plantaram no
meu caminho,
e o rumo a tomar.
Eu que achei que tinha que
espelhar... nos outros,
sorte... tive, o destino me
fez irromper sozinho,
atrevi a fazer... tudo do meu
jeito.
Como a velhice acomodou-se em
silêncio dentro de mim,
tive que em calmaria instituir
uma rara reengenharia...
para o meu fim.
Em delírios... virei poeta.
Depois, como quem rouba o
sonho de si mesmo, e arquiteta,
passei à Projetista.
Estou me reconstruindo, me
fazendo menos egoísta.
Construo pontes que me levam
além da solidão,
e asas que me propulsam para
dentro, dentro do meu coração.
Sou Engenheiro, do meu...
existir, calculo os vôos, os saltos livres,
tenho uma formula que até
dimensiona a distancia entre eu, e o sonho.
Vivo mais leve, em devaneio às
vezes... mais feliz... mais risonho.
E hoje, sei que sou um Arquiteto de mim mesmo,
brinco com as letras, com as
borboletas, embora sisudo, às vezes mudo,
faço do meu jeito.
Como ainda tenho muito
trabalho, tenho muitos reparos,
ando meio que desesperado, às
vezes em agonia,
tento encurtar a noite... e
esticar o dia,
o tempo tem sido como uma
ventania, e o relógio como um ventilador.
Tenho que corrigir algumas
falhas, aparar o jardim,
regar o meu Jequitibá,
cultivar o meu Bonsai... antes que ele desmaia,
e não permitir que o último
projeto, se perca, se esvaia.
Porque, ele é um olhar sobre
o que vivo, sobre o que vivi.
E o meu último projeto é
olhar em retrospectiva,
o que fiz... e o que ainda
farei...
por amor.
Ari Mota
5 comentários:
Arquitetos do nosso viver, somos o rascunho de nossas aspirações que desenhamos em detalhes - realizações que edificam o existir!
Linda a versão da música, esta eu não conhecia.
Mas o fim está longe, meu amigo!
Um beijo com carinho!
Esqueci: amei a cara nova do blog!
bjo
Querido amigo, ser arquiteto de si mesmo, construir seus próprios desejos, dedicar-se apenas as coisas que lhe dão prazer. Outros projetos virão, por favor não encerre essa empresa que tanto nos conforta o coração ao ler seus poemas. Lindo demais. Beijocas
Oi Ari!
Nem me fale, morremos a cada dia, sempre aprendendo a (buscando) viver melhor.
Gosto de vir aqui e sentir essa sua profundidade de pessoa de "projetos arquitetônicos" que não decolam nas mãos de quaisquer mestres de obra. Porque você é a excelência...
Um grande abraço,
Ana Lúcia.
Sim, é verdade, o novo visual de seu blog ficou muito bom...
Fui procurar a tradução dessa música (Frank Sinatra). Linda. Perfeita combinação com as suas poéticas escritas...
Abraço,
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