E tudo foi por um bater de asas... de uma borboleta enlouquecida.
Ela... queria ganhar os céus, ser livre, desmedida,
voar sem destino, independente, desimpedida,
buscava a liberdade de si mesma, o próprio caminho.
Um dia... vestiu-se de ousadia, celebrou saltar em alegria,
e lançou-se no abismo da coragem... de decidir por si só,
audaciosa, arriscou o vôo... isentou-se das amarras,
fluiu descomprometida,
e foi embora, somente olhou a todos com ternura, com carinho,
sem domínio... ganhou o espaço,
sem despedir, sem entregar um beijo, ou roubar um abraço.
Partiu...
Mas, pediu ao vento que saísse espalhando a história,
e que ela estaria em cada expressão do existir,
e que todas às vezes ao passar por alguém... como um louco,
brincasse com os seus cabelos, tocasse a sua pele sem ferir,
e como não bastasse, deixasse uma mensagem para todas as almas:
que fossem livres, tolerantes e tivessem em demasia... amores,
e que além de lucidez... fossem sonhadores.
Eu que desde menino olhei o vento com olhos de desejo,
e em volúpia sei que distribui liberdade a quem quer que seja,
até hoje e já envelhecido o vento me fascina, me encanta... alucina.
Despeja em mim, transformação, o novo que vem de algum lugar.
E em silencio, respiro fundo e tiro-lhe a essência,
sei que ali sempre tem daquela borboleta... inocência
e amor.
Ari Mota
2 comentários:
"Sou aquela a quem o vento rasga."
E, você, sempre escrevendo com essa alma poética que tanto nos encanta. Perceber a essência das coisas singelas é privilégios para as grandes almas.
A liberdade não tem concorrentes - ela se basta e não furta nada de ninguém, antes, empresta seu encanto e mostra sua rota sem mapas ou direção antecipada.
O vento é livre, percorre o mundo...na fantasia tomamos-lhe as asas e partimos para onde o cora;cão indica, o desejo leva, o sonho procura...
A vc, ele inspira. E como o faz em profundidade, meu amigo querido, adorei!
Um beijo carinhoso
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