Um dia, meio que perdido nas esquinas do tempo,
um velho sábio mostrou-me dois caminhos:
Viver ou filosofar.
O destino já conhecia as minhas escolhas...
só ficou no caminho a me esperar.
E assim... como desconhecia a arte dos vocábulos,
só detinha o saber da luta, a solidão das batalhas,
fui viver.
E de tão intenso, de tão amargo... nunca terminou,
virou rotina, um hábito, acostumei ao desconforto,
mas... resisto às madrugadas de insônia,
rompo as noites de vigília, esperando o sol,
enxugo o suor que vem da alma, aqueço o tremor do corpo,
refaço todos os sonhos... eu me ilumino, sou um farol,
adapto-me as ventanias.
E hoje envelhecido... estou no melhor do meu tempo,
tempo de calmaria.
Faço musica com os meus soluços, virei poeta,
fiz da minha alma poesia, serena... quieta.
Transformo lagrimas em brisa...
como se fossem aragem no meu existir,
no meio da solidão... planto flores,
cuido de borboletas azuis, de amores,
na descoberta aprendi o que é o amor... amar,
hoje além de viver,
passei a filosofar.
Ari Mota