percebi que a minha vida não me foi um imprevisto,
nem o destino um acaso.
Embora sendo o meu existir uma súbita viagem,
um segredo, um desconfiar e às vezes uma dúvida,
em miragem,
tive tempo de sondar minhas emoções, e aprender com elas.
Quando jovem me faltou carinho, afago, abraços,
e na descoberta, e como aprendiz, e antes da solidão,
propus oferecer os meus chamegos, rendi-me a brandura
prestei em caricias meus beijos, e a pele em ternura.
Fiz do toque minha primeira forma de carinho,
e em cortesia afaguei a face, sequei a lagrima,
não deixei ninguém sozinho.
Usei minhas mãos para acarinhar meus amores,
os acalentei em meu peito, e lhes ofereci flores,
e nada foi ilusão.
O tempo passou... o carinho me fugiu das mãos,
mas, os perpetuei no olhar.
Passei a contemplar tudo com mais leveza,
encaro as perdas com mais resiliência,
e antes de tudo... faço do meu existir mais beleza.
O carinho que ainda tenho na pele,
o tenho mais intenso no que encaro, no que vejo,
sou mais meiguice, sou mais desejo.
Hoje...
Todo o meu carinho alojou-se dentro da minha alma,
Inda... abraço, todos os meus amores.
Inda... contemplo tudo com ternura.
Mas, hoje... o carinho é para mim mesmo,
porque eu me amo
em loucura.
Ari Mota
2 comentários:
Querido amigo e poeta, lindo e intenso poema. Beijocas
VErdades absolutas o que escreveu, não troco a vivÊncia, o conhecimento que tenho hoje, pela idade que tive anos atrás.
Beijos
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