do meu existir.
Quietação para este peito que não só batia, sangrava
vez por outra.
Busquei retiro para esta alma que desesperada e inquieta
borbulhava na amplidão da noite.
E recolhimento para estes olhos que entre abertos
só vislumbrava estreiteza.
Sossego para este corpo que combateu diuturnamente
as desventuras.
E harmonia para o existir, para o continuar... prosseguir.
Foram tantos os embates...
Persisti, resisti, perseverei todos os instantes,
estremeci com o inesperado, e atemorizei-me com o volúvel,
exalei pelos poros... medo das derrotas e a decepção dos fracassos,
destilei pela pele o suor da duvida e transpirei a incerteza do talvez.
Mas, andei por muito tempo à procura...
e encontrei-me em mim mesmo.
Planeei minhas sutis batalhas, entranhei na própria essência
e voltei a me encontrar.
Passei a transitar com a minha verdade,
e desfilar com o que tenho de autêntico.
Fiquei tão eu... que as vezes de singular encontro-me no plural,
e em metamorfose reinvento-me em todas as manifestações de amor.
O meu coração voltou a bater na freqüência dos meus sonhos,
voltei a me encontrar.
E ter coragem de ser feliz.
Ari Mota
7 comentários:
Retiro de alma, sossego de corpo...
Transcendência que exala poesia.
Abraço
Parabéns pelo lindo texto. Somente conseguimos nos reencontrar, procurando dentro de nós mesmos. beijos
Meu querido amigo
Adorei o texto como sempre, desfiamos as nossas alegrias, os nossos fracassos.
O meu coração voltou a bater na freqüência dos meus sonhos,
voltei a me encontrar.
E ter coragem de ser feliz.
Adorei ouvir isto.
Beijinhos
Sonhadora
Meu querido amigo poeta, muitas vezes temos que fazer esse retiro de nós mesmos, para que voltemos fortalecidos com a alma renovada, para dar continuidade aos nossos sonhos. Lindo demais seu texto...Tenha uma linda semana..Beijocas
Ari.
Fantástico poema e lição de vida.
Parabéns !!!!!
Todos já buscamos fora a paz que carregamos dentro. E com isso só enxerga-se um imenso debater-se num arbustos de espinhos, saímos feridos. Ao descobrir o interior, por mais resistente a encontrá-lo que sejamos, nos deparamos com o verdadeiro momento de crescimento, de uma espécie de transa com a nossa verdade, com toda a beleza que todos trazemos dentro.
Belíssimo texto, parece que nos abraça com braços de paz.
Beijo meu!
Um poema em gotas estupendas...
Eis um "eu" no plural, que faz toda a diferença e, então, sorte do amor que poderá se manifestar em várias formas no mesmo tempo.
Beijos,
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