Ao longo do caminhar... o existir teve o peso da atmosfera,
exerceu sobre o meu andar... toda a sua rijeza,
imputou-me lentidão, sobrecarga, transitei sem a celeridade desejada,
pareceu-me que nos ombros carregava mais do que podia levar.
E assim, transcorreu o meu deslocar,
parei algumas vezes,
subjuguei-me as regras, sujeitei-me as imposições sociais,
agreguei coisas, juntei ressentimentos, e anexei sofreguidão no olhar.
Abdiquei em certos momentos de aplausos,
renunciei convívios,
e o destino cedeu-me como companhia a solidão.
Mas, como sou resiliente... avigorei os sonhos, robusteci os desejos,
e em delírio continuei minha lida, meu imenso capricho...
em ser feliz.
Em uma destas curvas do acaso, deparei com minha própria alma,
que serena e calma,
em uma das esquinas da existência estava a me esperar.
Saímos... eu e ela, reinventando a travessia, as frases vazias,
fomos redigir como continuar.
Pactuamos, subtrair a pressão do existir, e fazer dele uma doce viagem,
deixar pelo caminho, os fardos do medo, do que oprime, do que incomoda,
lançar margem afora toda a amargura, todas as angustias, e o desnecessário.
E tudo foi muito intenso, as coisas foram ficando pelo chão,
as lagrimas secavam com o vento, e o lamento perdia-se na escuridão.
Hoje não quero aplausos, basta-me, os meus... os bato silenciosamente,
hoje escolho os convívios, os amigos, os amores,
e o destino cedeu-me como companhia: a sensatez.
Passei a altear em vôos...
hoje procuro um lugar para encontrar leveza,
e amor.
Ari Mota
8 comentários:
"...Hoje não quero aplausos, basta-me, os meus... os bato silenciosamente,
hoje escolho os convívios, os amigos, os amores,
e o destino cedeu-me como companhia: a sensatez..."
AMEIIII na íntegra!
Boa quarta.
Bjus
Em um transe de amor e delírio, de calmaria e devorar a própria presença. Ir enxergando seus cantos, libertando e suspirando por uma existência única.
eu leve.
abraço!
Olá, Ari
Ter a solidão como companhia... deparar-se com a própria alma...
Caminho necessário para a sensatez e a leveza posterior.
Abraços fraternos e votos de paz interior.
Meu querido amigo
Adoro ler os seus textos, são pedaços de vida...de todos nós.
Deixo um beijinho
Sonhadora
Querido amigo, muitas vezes a solidão é a melhor companheira, mas não sempre. Em cada texto que escreve você consegue colocar um pedacinho de mim...Lindo...Beijocas
Ah, Ari...Impossível vir aqui sem sair com o coração mais acelerado! Beijo grande meu lindo...
ôh amigo, lindo demais! A solidão é necessária para que o ego aprenda a servir a alma e pelo visto vc conseguiu.Parabéns! Adorei vir aqui e me deparar com essa lição de vida. O sofrimento nunca pode ser em vão.
Amigo obrigada pela presença no meu aniversário. Montão de bjs e abraços
Mais-que-perfeito...Esta leveza não precisa mais ser buscada...Está dentro de você , querido poeta ! Beijos no coração.
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