Nosso amor tem sobrevivido todo este tempo,
todos estes temporais,
e mesmo assim, eu queria que ficasse para sempre,
e sempre eu ainda acho pouco,
preciso que permaneça mais um tanto,
algumas vidas a mais.
Já o coloquei dentro de um coração feito a canivete
naquela arvore da praça.
Depois docemente fantasie-me de poeta e o depositei para
dentro de um poema tímido,
de um verso ingênuo,
de uma rima descabida.
E naquela noite sussurrei em prosa, e o perpetuei no infinito.
E na madrugada seguinte... em delírios, o gravei nas estrelas.
E quando o sol se fez, convidei milhares de borboletas azuis
e saímos cantarolando todo o meu amor por você.
E tudo foi muito pouco,
preciso perpetuá-la em todo o meu existir...
Pensei... deixá-la tatuada na minha pele,
mas, efêmero lugar... e já envelhecida.
Não teve jeito,
a tatuei na alma.
Ari Mota
4 comentários:
Querido amigo e poeta, não há lugar mais lindo para se fazer uma tatuagem de alguem a quem amamos...que não seja a alma. Essa é para sempre, para a eternidade. Lindo poema. Beijocas
Ari meu querido...absolutamente lindo seu poema...emocionante...ver um amor tão grande...tatuado na alma...adorei...
Tenha um doce dia amigo...beijos...
Valéria
"Tudo foi muito pouco"...que síntese poderosa, que carrega a imensidão do sentir atrelada à impossibilidade de dizer. As palavras articulam, mas são insuficientes - assim penso eu...
A grandeza desses teus textos preenchem a alma da gente, instigam e refletem sentimentos maravilhosos, que desisti há muito de tentar "explicar"...mas que ficam tatuados na gente, se apoderam e transformam-nos.
Obrigada por refletir o tanto que "me cabe"...não é à toa que me identifico tanto com o Resiliência - seu autor é sensível o suficiente para capturar a sua alma e, ao despir-se em palavras, reunir às suas, as nossas emoções.
Um grande abraço, meu amigo!!!!
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