sexta-feira, 9 de julho de 2010

NOSSO AMOR NUNCA TROCOU CARTAS



Até tentei, rabisquei, amassei a folha e joguei ao chão,
ensaiei uns versos, no reverso dos meus olhos para te encontrar,
procurei o seu endereço, até no avesso da cidade, para te achar,
e não te encontrei.
No absurdo do acaso, fiz um poema, virei poeta,
e você não me encontrou,
nem sequer me leu,
nem sequer me achou,
e na solidão, eu e minha alma, sempre escrevemos nas madrugadas frias,
sem papel, sem ponto, sem vírgula... em devaneios,
apenas com gotas que caem pela face, e ficam invisíveis...
que nem eu mesmo consigo ler.
E o destino plantou um abismo entre nós,
não sei onde você está, e não consigo te achar...
e como nosso amor nunca trocou cartas,
hoje escrevo para o mundo... para um dia você me encontrar.
Retiro da alma, o amor que inibido não sussurrei ao seu ouvido,
e que nem em cartas de amor escrevi,
e nem em noites de luar eu declarei.
Hoje escrevo para o mundo as cartas de amor que não trocamos.
Se porventura um poema lhe tocar suavemente,
e doer por dentro, olhe o autor...
pode ser docemente este poeta, em delírios.
Pode ser minha alma verbalizando todo o meu destino,
que foi sempre te amar.
Hoje escrevo para o mundo, as cartas que não mandei,
os versos que não recitei,
para você...
que sempre amei.

Ari Mota

 


3 comentários:

Marilu disse...

Querido poeta Ari, você não deve jogar fora nem os rascunhos dos seus poemas, pois são preciosos demais...Feliz da mulher para quem você escreveu essas cartas de amor...Lindo demais..Tenha um maravilhoso final de semana...Beijocas

Anônimo disse...

As cartas de amor dos poetas são de todos que se dispõem a lê-las, a senti-las.

Beijo.

ValériaC disse...

Ari querido poeta...absolutamente lindos seus versos...me encanta ler o que você escreve...é de uma sensibilidade que realmente nos toca a alma...
Se a musa dos teus versos soubesse o tamanho deste amor...
Linda música...adoro este cantor...
Tenha um lindo domingo!
Beijinho...
Valéria