Em uma dessas madrugadas de insônia...
Encostado na cabeceira da cama, e absorvido pelo silencio
da noite,
ouvi o pulsar da alma, que também inquieta, ia de um lado para
o outro.
Alguém me chamava, sussurrava como se escondida estivesse,
desesperado,
resolvi abrir uns arquivos de segurança, umas pastas de backup.
E o passado abriu-se em minha tela, despencou em meu colo,
e como um posseiro, invadiu o meu existir...
e se fez saudade.
O amor platônico da minha juventude...
sentou-se ao meu lado,
fitou-me com um olhar de amor... e começou a cantar.
Minha timidez de menino sempre o mantinha a distancia.
Introvertido o guardava sempre escondido no meu mundo
de sonho e fantasia.
Sabia da sua impossibilidade, mas o concebia como puro,
casto.
Era um sentimento inatingível, mas de uma beleza
imensurável.
Ela cantava para mim...
Vê... que, de repente tudo não passava de um delírio noturno.
O meu amor platônico se fora numa overdose de heroína,
seu talento foi menos importante que o vicio e as drogas,
aos 27 anos... suas cinzas foram lançadas no Pacifico,
ela chamava-se Janis Joplin.
Em uma dessas madrugadas...
depois de desligar o computador, dormi como um menino.
Mesmo porque, hoje...
o meu amor é uma bailarina louca e umas borboletas.
Ari Mota
7 comentários:
Sabe que os amores platonicos são os que guardamos na mente com mais carinho?
Por que será?
Beijo!
=)
Será que todo grande amor não carrega um pouco da idealização dos amores platônicos? Desconfio que Platão tinha uma alma imaculada, para concentrar-se na virtude humana, supondo que seus atos fossem puros, reflexos de um amor...perfeito.
Não sei se te ocorre o mesmo Ari, mas observo que todo texto tem uma frase que se destaca, um apelo. Neste não é diferente. A força visceral do texto aparece no instante em que esse trecho encorpa a emoção que paira no suspense que aguarda a última palavra, o ponto final - e então...ela "despenca" , rola e invade a gente...maravilhoso, Ari. Muito bonita tua descrição sobre a saudade de um amor imensurável, inatingível. Puro, casto. E platônico. Me emocionou...
Abraço forte.
Meu amigo
Muito belo texto.
deixo um beijinho.
sonhadora
Ari, querido amigo
Fizeste bem reviver esse amor platónico, talvez por isso hoje se tenha transformado em bailarina e borboletas...quanta liberdade!
Ainda me lembro do meu....porque será que é sempre um impossível?
Fizeste-me recordá-lo (ADAMO)retirá-lo do fundo do coração onde se encontrava adormecido....hoje não tenho nenhum...talvez porque o meu coração ama o Mundo inteiro.
um abraço de além-mar
Caro amigo,
Estou passando para deixar os meus habituais flores, beijos e milhares de sorrisos e convidá-lo a conhecer meu novo projeto, o Instituto de Mutismo Seletivo, um espaço dedicado a todos os pais, professores, amigos e conhecidos de alguma criança portadora de Mutismo Seletivo e, juntos, poder dar voz aos que sofrem em silêncio...
Contamos com seu apoio e sua divulgação aos amigos, parentes, conhecidos, vizinhos, etc, etc, etc... O site é o http://mutismoseletivo.org/
Beijos, flores e muitos sorrisos... sempre!
Concordo com a Ana Cristina, os amores platônicos são os que eu guardo com mais carinho na memória.
Oi Ari, nao me conheces, mas quem sabe a partir de agora.. Bem..passeando por tua página me deparei com esse texto e preciso te dizer algo. Semana passada tb na madrugada resolvi assistir pelo you tube uns videos da Janis que há muito nao via. E nem imagina a saudade que me deu da vida, daquela época perfeita de adolescência, chorei, mais chorei..um horror..rs.
Com amores direfentes, mas deixo aqui a minha identificaçao com esse momento da tua alma. Abraços Fátima
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