nesse silencio, que me devora,
que descortinei em que alma... eu existo.
Obvio foi... depois de algumas tempestades,
algumas descrenças... que não mais me apavora,
e nem me faz descobrir em que momento eu desisto.
Mas pudera... extenuei de tanto narcisar,
até avistar que aquele no espelho... não era eu,
tudo que via era raso, era do tamanho da minha insensatez.
Evidente foi... um desespero encontrar a minha fundura,
e tudo estava ali... lá dentro... e tudo era meu,
o melhor que poderia ser, e tinha que brotar com solidez.
Foi nesse vazio que me achei,
nessa quietude descomunal que renasci,
não havia poesia, nem delicadeza, nem emoção.
O embate íntimo foi imperceptível,
doeu sem sangrar, dilacerou... mas resisti,
hoje, nada me é... aflição.
Foi nessa ilusão que me desperta,
nesse disparate que é sonhar,
que a vida me provoca e me atiça.
Cuido tanto da minha alma,
que vez em quando, lembro-me do corpo e vou andar,
temos um caso às escondidas, e ela me enfeitiça.
Foi nessa solidão que me assusta,
que deparei com a minha alma... nítida energia,
acalenta-me, me apruma... fez-me o que sou, enfim.
Ela me faz possuir excessos, transcende de tudo que sei,
e ando distribuindo para os meus amores, em demasia.
- e entro em êxtase, quando eles, apoiam-se em mim.
Foi nessa exorbitante descoberta,
nesse universo que não se vê, nesse imprevisto,
nesse recanto que escondo a minha cortesia,
que visceralmente está a minha alma, e eu existo.
Ari
Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário