Afigura-se... às vezes,
que
abandonei os apetrechos de defesa,
descuidei
da linha de frente,
desguarneci
a minha resiliência,
ofusquei
o traço tênue... da minha teimosia.
Mas sobrevém...
que tenho uns instintos,
um ardor
que brota aqui no peito,
um
ímpeto que estremece a alma,
e me
sussurra que... é hora do intervalo,
de
despir-se da armadura,
aquietar-se...
para não despertar em agonia.
E
assim... para não expor vestígios de desespero,
concedo uma
¨pausa¨ aos meus embates,
rendo
aos meus delírios,
sou
vencido pela minha doce doidice,
e
assim... cismo em... enternecer a minha poesia,
perder-me
ao meio daquela melodia,
daquela
velha canção,
e em
desatino... tudo se manifesta,
faço a minha
loucura dançar com a minha lucidez,
em noites
de solidão,
e em
segredo recolho-me,
vou
colher estrelas em alto mar,
e
atravesso aqueles limites da insensatez,
entrego-me
ao amor... vou amar,
e depois
prover de sonhos, o que ainda me resta.
De todas
as nuances do caminho,
chega um
momento... que tenho que abrandar,
e por
instantes... fugir da indelicadeza do dia,
da
frieza dos homens, do vazio da multidão.
E
assim... vejo-me frágil,
e
sôfrego, deparo-me... efêmero,
preciso
da minha placidez... preciso me encontrar,
careço
de quietação.
Afigura-se...
às vezes, que descuidei de mim,
mas...
esses descansos ocasionais,
esse
subterfugir da luta aflora o meu... melhor,
e imerso
em mim mesmo... busco leveza,
sem
medir... a temeridade do fim.
Afigura-se...
que desisti,
mas, foi
só uma pausa... para se recompor,
vou
continuar destilando coragem para os reinícios,
- para
onde for.
Um comentário:
Isso, Ari! Fugir da indelicadeza e se proteger é o caminho certo. Amei ouvir a música.
Abraço.
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