De todos os caminhos... de todos os atalhos,
de todas as vezes que acertei o rumo...
ou das vezes que me perdi.
De todas as vezes que tentei voltar...
ou das vezes que apenas fui,
de todos os amores que tive... de todos os desencontros,
de todos os gritos que dei... de todo o silêncio... que
fiz,
só agora... depois de envelhecido... me pergunto:
E depois da vida?
Depois desta passagem...
talvez eu descanse numa dessas estrelas,
que ficam ali... penduradas... acima dos meus desejos,
antes de continuar.
É que... fiz o que pude... ofereci o possível de mim...
sei que... me, foi
tênue existir...
e demorei... para me entender, encontrar,
quase sofri de vazios, quase virei solidão,
e tudo... me, foi fugaz... como uma tempestade,
até que minha alma escolheu viver,
e passei a semear candura... para evoluir,
e... virei mansidão.
E depois da vida?
Vou levar o que fiz nesta... e tenho me completado como
posso,
faço alguns remendos nas asas... e mantenho o vôo,
evidentes são as nuances... de ficar ou ir,
sei que posso deixar resíduos... mesmo depois de partir:
Posso ficar na minha poesia,
na minha coragem de partilhar os sonhos,
na minha maneira tímida... de amar,
no meu cuidado em não machucar outras almas,
nem maltratar aqueles que passaram no meu caminho.
Nunca combati usando a fraqueza de alguém,
perdi diversas vezes... por lutar com os mais fortes,
e foi pura teimosia,
- é que... sempre estou entre o medo e a coragem,
e são essas resiliências... que me fazem... vivo,
das vezes que perdi... tudo ficou muito estranho,
eu que achava que iria diminuir... aumentei de tamanho.
E depois da vida? O que preciso...
estará tudo em mim, e não precisarei... ir a nenhum
lugar...
a procura de um paraíso.
Terei relâmpagos ocasionais na memória, sem nada lembrar.
Talvez só sinta saudades... não sei do quê... não sei de
quem,
não saiba quem fui... por onde passei... andei,
não saiba... mais dos meus amores,
mas... todas às vezes, em outras vidas:
que arder o peito... silenciar a alma,
saberei o quanto... vivi intensamente...
em outros lugares...
um grande amor.
Ari Mota
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