Perdi...
o que de selvagem eu tinha,
quando
te encontrei.
Você
me socorreu sem saber... daquele temporal.
Estendeu-me...
a alma,
quando
meus pés brincavam a beira do abismo.
Você
me acolheu com o olhar,
quando...
quase fui acometido por uma desordem neural.
Você
dançou em meus braços em noites de solidão,
e
nunca me deixou sozinho.
Sua
luz... grudou no meu corpo,
sua
pele aderiu à minha:
Não
sei... se, sou um pouco... você,
ou
você, um pouco... eu.
De
todas as dúvidas que tive,
e
em todos os descaminhos que me... perdi,
você
silenciosamente me abraçava... sem duvidar.
Achei
em ti o que procurava no vazio... de mim,
me...
sacudiu, me virou do avesso, fez-me... até poeta,
colocou
certeza no meu talvez,
me
fez perder a braveza... amansou esta alma inquieta.
Espalhou
beleza onde... eu destilava rudeza,
levou-me...
onde eu nunca consegui andar.
Passei
a te achar em tudo... e sem ilusão,
na
sutileza de um riso, nessas loucuras ocasionais,
nestes
devaneios que não envelhecem,
nesta
lucidez que me assusta,
-
até na escuridão.
Você
me fez amadurecer ao seu lado,
com
todos os vendavais que tivemos,
quando
achava que estávamos apequenando,
você
me olhava ternamente:
na
verdade... era uma imersão em nossos sonhos,
coragem
de ser feliz... mesmo quando perdemos.
Você
me fez rir... quando o soluço me espreitava,
e
o choro... ameaçava romper de dentro.
Você
me acolhia em madrugadas de temporal,
e
como um anjo afável... me...amava.
Quando
te encontrei... você me individualizou,
passei
a entender que amar é transcender a si mesmo,
e
aí... passei de mim,
passei
do que sou,
passei
a não acreditar no fim do amor,
talvez,
uns... ainda... o ignoram,
outros...
nem ainda o reconhecem,
talvez
para muitos... ele só...
-
não começou.
Ari
Mota
Um comentário:
Simplesmente maravilhoso! Adoro vc... seus versos onde sempre encontro um pouco de mim. Doces bjussss poeta.
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