Me... vi, assim... querendo
ir embora,
esperando o destino me levar,
queria fugir de mim,
não queria ter começo... nem
fim,
depois, o acaso me provocou,
quase me deixou no abandono,
não teve jeito... tive que me
virar.
Me... vi, assim... e depois,
olhei para o medo como quem o
devora,
calejei-me na impermanência
do caminho,
mas, agigantei-me por dentro,
para descobrir a minha
pequenez, e deixar de ser o centro,
passei a ser eu, a colher-me
como se fora no... outono,
e rastelei as folhas
amarelas, limpei a estrada... sozinho.
Me... vi, assim... vejo-me
assim... agora,
e tudo valeu...
eu que pensei encontrar
solidão,
deparei com os meus amores,
que amenizaram o meu cansaço,
e estearam os meus temores,
e depois... aprendi a
encurtar as distancias descabida,
as errâncias descomunais que às
vezes ocasiono,
e que vez por outra... faz-me
tremer de aflição.
Me... vi, assim... nesta
perspectiva, nesta viagem afora,
encontrando “coisas e sentimentos”:
e da primeira... nada juntei,
nem guardei,
mas da segunda, me... envolvi
tanto... que tudo amei,
consegui somatizar leveza...
e a tudo deixei livre,
e quem eu amo... não
aprisiono,
e um segura o outro na hora
dos ventos.
Me... vi, assim, querendo ir
embora.
Me... vejo assim, precisando
ficar.
Já quis fugir de mim,
hoje... estou lapidando... o
melhor do meu fim.
Preciso ainda tanger outras
vidas,
se não for possível com a
pele,
o farei com a alma,
ou, com o toque do meu olhar.
Ari Mota
2 comentários:
MA-RA-VI-LHO-SO! É sempre delicioso ler-te... Um bj e feliz 2014!
"e um segura o outro na hora dos ventos."
Das coisas belas que me fazem suspirar e agradecer por poder te ler.
Tudo continua alma e coração por aqui e isso é tão lindo.
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