De todos os meus desassombros...
o maior deles foi quando fiz... eu, as minhas escolhas.
Difícil foi em plena escassez... identificar os excessos,
e se recompor, rebrotar,
e saber... que tenho também momentos de desfolhas.
Perco às vezes a exuberância, murcho em noites de solidão,
e do mesmo modo... irrompo alucinado com a minha luz,
inibindo a escuridão,
deixando pelas estradas o que a mim nada... apense,
ou me apequene... e não me faça aumentar.
De todos os meus desassombros...
o maior deles foi quando fiz... eu, as minhas escolhas.
Quando envelheci tive que corrigir minha órbita,
coisas que não consegui fazer quando na juventude.
E hoje, passei a permitir... gravitar em torno da minha
alma,
somente os que tem angelitude,
espio sem escolher... aos que gravitam ao meu lado,
e faço com zelo e cuidado.
E assim... no meu campo magnético,
circulam e só permito borboletas em
alucinação, poetas,
vaga-lumes que iluminam os meus
delírios,
bailarinas loucas, sonhadores e
almas inquietas.
E venho formatando a minha
importância... sem ser mais, nem menos,
e bem sei que estou longe da
plenitude.
Como tive uma segunda chance,
libertei-me dos pactos de vingança,
já não mais carrego, agarrado
alma... ódio, e nem na lembrança.
Cheguei até aqui sereno em busca do
meu estado pleno,
e fiz tudo... com toda a calma,
transmudei tanto, me replantei em
demasia, e por analogia,
fiz... da terra, o meu corpo, da água,
o meu sangue,
do ar, a minha respiração... e de fogo a minha alma,
queimo-me... em ousadia.
De todos os meus desassombros...
o maior deles foi quando fiz... eu, as minhas escolhas,
coloquei candura no olhar, brandura nos sonhos,
e fiz tudo para ser feliz,
e a vida foi-me surrando de felicidade,
e hoje... deixo-a, que me bata para valer,
apanho todos os dias... em silêncio.
De todos os meus desassombros...
o maior deles... foi um caso de amor pela vida,
e na verdade foi... quando escolhi os meus amores,
os aconcheguei, apertei na alma, e caminhei com eles... nos
ombros
e com toda a coragem... os deixei livres... amei sem ser
meu,
foi amor desmedido... loucura descabida.
De todos os meus desassombros...
o maior deles... foi, ter sido “eu”.
Ari Mota
3 comentários:
Meus aplausos por tão lindo texto Ari. Realmente, minhas escolhas algumas me assombram... mas nunca arrependo-me delas. Um carinhoso abraço e feliz domingo.
Querido amigo e poeta nem sempre acertamos em nossas escolhas, mas como saber?? temos que arriscar. Lindo texto. Tenha um ótimo domingo. Beijokas
Adoro, muito bom seus textos. Desde que te descobri meus dias não são mais os mesmos , mergulho nas suas lindas palavras. Parabéns !
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