Para... aos que tenho amor,
tente... quantas vezes... necessário for.
E todas as vezes que perceberes a lonjura do caminho,
feche os olhos, como quem procura... com quem andar,
eu estarei em quietude ao seu lado, me espie em ilusão,
não cisme que está indo sozinho.
A vida foi-me acontecendo assim...
e fui me edificando, como se não fosse a outro lugar,
e depois de vaguear por um tempo, perdido...
entre a duvida e a incerteza,
e brincar de medo... em noites de solidão,
e por diversas vezes,
assustar com os relâmpagos em noites de temporal,
e encolher-me... com a minha timidez,
e temer a escuridão,
eu fui me encontrando, ultrapassando as fronteiras de mim.
Eu pensei que não tinha um dom... até que descobri um:
a ousadia de nunca arrefecer...
a travessura de sempre tentar.
Para... aos que tenho amor,
tente... quantas vezes... necessário for.
Virei silêncio... ando ouvindo os sons da minha alma,
aprendi a orar.
Não sou mais tormento, virei calmaria,
ando reaprendendo a me replantar em todos os lugares.
Sigo-te... se fores nas estrelas, ou arriscar nos mares,
se fores tocar violino nas montanhas,
ou bebericar nos bares.
Tente... quantas vezes... necessário for,
mas, faça tudo... ter amor.
Eu gosto é dos que sonham em demasia,
ficam resiliente ao desabrigo,
e de atrevimento se contagia.
Minha alma não tinha asas, até que um dia...
um anjo... emprestou as suas,
passei a esvoaçar, pelo universo, belos becos,
pelas ruas,
aplaudindo aqueles que...
tem o dom da travessura...
de sempre tentar.
Eu amo quem continua.
Ari Mota