visível foi... a minha
cumplicidade, a minha conivência,
mas uma delas jamais
desgarrou da minha alma,
grudou na minha pele como
hera trepadeira, aderiu a mim,
e roubou-me a inércia e a
estúpida indolência.
Teve dias que tentei no
abandono deixá-la pelo caminho,
sair correndo, e em disparate...
seguir sozinho,
mas, não teve jeito... ela
sempre estava ao meu lado,
tomando ternamente as minhas
mãos, me aquecendo no frio.
Por diversas vezes quis fugir
assustado... da minha mania de sonhar,
não consegui... até que um
dia me aquietei e desde então me recomponho,
e a aceito como é... virginal
ousadia,
e tive que admitir a rebeldia
do meu próprio sonho,
e sonhar, há, isso eu sonho...
e em demasia.
Meus sonhos são leves,
profundos, reais, às vezes delírios espectrais,
mas são como ancoras em alto
mar ou na beira do cais.
Às vezes... paro, para
contemplar o tão pequeno são as coisas,
às vezes é preciso coragem
para ser feliz... antes dos temporais.
Passei a ter manias estranhas...
mudo o caminho, saio da estrada,
não sigo rastros, nem corro
atrás dos ecos que não sejam os meus.
Com o tempo fui trocando de
manias...
Houve um tempo que para sair,
para viver, existir,
eu olhava para o espelho...
como minha beleza mudou de lugar,
olho para dentro... respiro
fundo, chamo a alma para enfrentar o dia,
entender alguns desatinos,
duvidar de outros, e mudar.
Das manias que eu tenho, uma
é ser eu... fiquei tão eu... que nada sobrou,
e depois de tudo isso...
jamais consegui... ser o que não sou.
Com o tempo fui trocando de
manias...
Bom mesmo... é que vou levar
da vida as decisões que tomei,
como errei pouco, acertei
pouco... mas, sonho tudo refazer,
e tenho ainda que esticar o
meu destino e enfrentar novas ventanias,
e como não tenho outra
escolha... vou continuar a ser feliz,
antes de desaparecer.
Manias... manias... de ser
feliz.
Ari Mota
Um comentário:
Querido amigo, tenha um lindo final de semana. Beijokas
Postar um comentário