e esperei por tempos... sem
me desmedir.
Inventei que algo estava
vindo de algum lugar,
e estas tantas dúvidas, estas
suspeitas sem fim, um dia eu fosse elucidar.
Esperei que viesse... trazendo
todas as respostas,
e que este desenlace, este
desfecho para o meu destino... um dia acabasse,
claro que... achei que tudo
vinha como um relâmpago, um sopro,
fugaz como uma ventania,
chegasse à galope... montado na ilusão,
e fosse assim... desvestindo-me
da incerteza, e com beleza,
fosse roubando a minha
solidão.
E, a vida me induziu a
esperar e me confidenciava que algo iria suceder,
fiquei assim... na esquina
dos meus sonhos, e tudo virou esperança,
no início, olhava aquela rua
descalça, como quem nunca descansa,
depois, passei a contemplar
os céus... como, se tudo fosse acontecer.
E nada chegou... a vida me
aconteceu em gotas, devagar.
Mas, um dia cansado... tive
que encarar esta minha inquietação,
e fui entrando em mim, sentindo
a espessura dos meus vazios,
a densidade dos meus medos,
as lacunas na minha alma,
e assim continuei... fui me
achando... assentando os cacos,
reparando as asas,
repaginando o olhar.
Acendi um novo fulgor,
tracejei novos sonhos... aqui dentro,
sem sair por ai a esmo.
E descobri que nenhuma ajuda
chegaria de algum lugar,
para salvar-me... de mim
mesmo.
E... tive que abandonar as
velhas estradas,
e vergar-me mais... às
ventanias.
Eu procurava, outro ponto de
vista... uma nova luz,
outros paradigmas... e tudo
estava dentro de mim,
da minha alma.
E não teve jeito...
a escancarei com todo o
resplendor,
dela... fiz meu templo,
que me deslumbra, extasia-me...
me dá delírios.
Queria eu... que alguém
aclarasse o meu existir,
eu mesmo consegui... este
feito,
e com uma energia que brota
aqui dentro,
e que quase ficou esquecida,
perdida,
chamada:
amor.
Ari mota
Um comentário:
Querido amigo poeta, juntar os cacos, reerguer-se sem ajuda, sem esperar que alguém venha e o faça, mas o amor tudo consegue. Lindo demais seu poema. Tenha um lindo domingo. Beijokas
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