é expandi-la, sem a modelar a
um existir banal, para não fazê-la pequena,
acalmá-la dentro do peito,
fazê-la habitar, tomar posse dos nossos vazios,
e em lucidez... um socorrer o
outro, nas horas... dos desafios.
Ancorá-la, aquietá-la ao meio
dos temporais...
estaqueá-la para não sucumbir
aos vendavais,
e em teimosia, seguir... de
preferência em silêncio ou cantando de alegria.
Mas... se o acaso avelhantar
o sonho, e subtrair a delicadeza,
e de uma hora para a outra,
fazer do dia... e da vida... rudeza,
e não sentir o deleite dos
recomeços, e depois...
sair maldizendo o fulgor dos
combates, e o fraquejar das derrotas,
não se permitir viver no seu
tempo, viver o novo... não acender o escuro,
e viver se ocupando mais com
os outros... que a si mesmo,
abandonar o hoje... viver no
passado ou temer o futuro,
e sentenciar destinos, sem
encarar o seu... que desvanece.
Talvez, sem você saber... foi
acometido de um desequilíbrio ocasional,
talvez... agora, é a sua
alma... que adoece,
e pálida, desbota a cada
olhar... desmancha em cada esquina,
inclina-se em vertigens para
fora do seu horizonte, desvia do rumo,
desampara a si próprio, passa
a prover-se de desespero, e inquietação.
Mas, de tudo... tem sempre o
pressuposto de tentar mais uma vez,
e arrumar um tempo para parar
e escutar a si mesmo,
descobrir o ranger da própria
essência... o gracejar da ilusão,
e, além disso, fazer
acontecer... em vez de copiar sonhos em vão.
A alma que adoece não ri, nem
conhece o sabor das lagrimas,
deixa de competir consigo
mesma, não transpassa seus limites,
nem triunfa sobre seus medos,
nem desvenda seus segredos,
confronta com o mundo, com os
outros, com o dia, com o vento,
disfarça a fúria em quietude,
sossego em tormento.
O que alivia mesmo... é
tornar a alma serena...
A dor da alma tem cura,
regenera em noites de solidão,
basta... avivar os sonhos e
repaginar o atrevimento,
e arriscar... ser feliz,
sem olhar... como quem
condena,
sem olhar... como quem...
não tem amor.
Ari Mota
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