Que uma força cósmica coadjuvava
com nossa evolução.
Vinha como nevoa, espalhava
sabedoria em nosso encéfalo,
e de súbito... aportava para
aprimorar a nossa convivência,
e nos invadia... para
amenizar nossa desinteligência,
nossas duvidas, nossa solidão.
E desde então, tenho um olhar
diferente para todas as tecnologias.
Embora adapte a todas, e
todas me fascinam...
As vejo, as encaro... e todas
me encantam como se fossem feitiçaria.
Hoje, envelhecido nada tenho
de menino,
só a certeza, que minha cisma
de não muito longe, nada mudou.
Toda essa parafernália da
ciência, nada nos pertence,
ou quase nada, ou quase
tudo... nada adiantou.
Eu que sempre estive à espera
de uma metamorfose, nada vi,
e nada me fez progredir...
equipando-me de coisas.
Fiquei aprisionado à dúvida,
e a incerteza dos homens,
questiono se... evoluí.
Mas, o que eu procuro é uma
tecnologia para a alma.
Todas, que conheço... me leva
a um trato virtual,
e inda em duvida, não sei...
se me faz bem, ou mal.
E tudo é um desafio... entro
a procura não sei do quê... e saio vazio.
Mas, o que eu procuro é uma que
venha resgatar a delicadeza.
Uma que reinvente um lugar
aprazível, bom para existir.
Que reconstrua o abraço,
respeite o fracasso... e me beije sem mentir.
Eu procuro uma ferramenta que
possa abrir a alma.
Provê-la de sentimentos,
abastecê-la... de luz.
Às vezes fito com olhos
gastos e em desassossego,
para os que vagueiam
carregados de ódio, e de uma raiva descabida,
e em fúria e em deslustre aos
valores dos outros... os olham com desdém,
e num jogo de culpa esquece o
próprio desleixo... a coragem perdida.
Eu procuro um instrumento
para avivar a alma, como ninguém.
Ela é a única ponte que nos
leva a mente, e nada esquece.
É nela que armazenamos nosso
destino.
É ela que irá nos afrontar...
na hora do medo,
e nos amparar, receber,
acalentar...
quando o mar bravio
exaustivamente nos bater contra o rochedo.
Eu procuro uma tecnologia
para a alma.
Ela não virá das profundezas
do universo,
ela pode estar escondida
dentro de alguém, em formato de um verso.
Pode estar talvez, em você...
em um poeta... ou em um pescador.
E chegará como se roubasse a
sutileza,
e no lugar... abastecesse de
leveza,
e amor.
Ari Mota
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