Faz tempo...
Inda estava perdido, nas
Gerais dos meus sonhos... em agonia,
sondava o destino, a espera
de uma carona.
E me vi assim... sentado a
beira do caminho, esperando a alegria,
eu achei que ela vinha
pronta, embalada em papel crepom,
e que era só abrir e usar, e
ela estaria sempre ao meu lado,
seria minha sombra, seria eu,
seria o que sou,
e fiquei ali em solidão como
quem a vida... espiona,
e ela jamais passou.
Como já esbarrei com a
tristeza...
na descoberta reconheci a
alegria como um processo experimental,
tem que ser misturada aos
sonhos, dosada com atrevimento,
fermentada com ousadia, e
degustada com destemor.
E depois depositada na
alma... dentro de si mesmo,
num salto colossal.
Alegria é isso... não se
compra, nem está à venda,
não se acha, nem encontra ali
na curva do acaso,
nem se busca como uma
encomenda.
Alegria... brota, germina de
forma visceral.
E quando pronta... se leva...
distribui,
entrega em domicílio, coloca
com sutileza no coração.
Passa-se através de um beijo,
de um olhar,
de um abraço descomprometido,
de um sorriso atrevido,
é como uma oração.
Alegria é orar... e orar não
é pedir.. é oferecer.
Como já esbarrei com a
tristeza,
não mais fico esperando a
alegria passar.
Sei o tamanho da expressão de
um sorriso,
o faço estar em todo o rosto,
o busco na alma,
com leveza.
Depois...
ofereço com amor.
Ari Mota