Quando descortina a vida... ela vem carregada de nada,
cruza os braços e espera o nosso combate,
fica ali na espreita, fria, nos olhando... indolente.
E o destino joga em nosso colo, o medo.
Uns correm em desespero, outros o encaram,
uns perdem, outros o domam, ou o amansam por uma vida,
e seguem, em frente.
Mas, há os que permitem o seu triunfar, perdem a calma,
a coragem para ser feliz... esvaecem o alento,
o desassombro que permeia na fúria do inusitado, do vento,
e sofrem de solidão de alma.
Não ousam iluminar a si próprio e vivem em desassossego,
faltam-lhe ajustar o foco, em si mesmo,
despejar luz sobre a negrura visceral,
resplandecer em contentamento,
refletir sua verdade num feitio textual.
E luzir para fora, antes de ir embora.
Talvez, faltam-lhes, preencher este vão que carregam no peito,
este vazio que prospera, este olhar fútil que se adultera,
esta inércia que inibe o reconstruir de cada derrota,
e a indolência em desistir na primeira queda,
este medo de refazer o caminho, e redescobrir uma nova rota.
Talvez tenham que aceitar estes sismos, estes tremores inexplicáveis,
esta sofreguidão querendo saltar em soluços, esses tropeços existenciais.
Talvez o que lhes faltem, é romper em ousadia e acontecer,
olhar para dentro, e lá de amor... preencher.
Destilar simplicidade, não ser multidão, não ter no olhar rudeza,
amar o silêncio, as pessoas... e falar somente em beleza,
e nem se achar que em tudo... é o epicentro.
Não exista como se não tivesse gente dentro...
nem amor,
em você.
Ari Mota
2 comentários:
Oi Ari,
E o desafio é entender qual dessas pessoas devem prevalecer dentro de nós, perante as nossas vivências. É o desafio mais gratificante e prazeroso que a vida nos presentou/eia.
Um abraço,
Ana Lúcia.
Pois é meu doce poeta...Eu trazia todos esses medos dentro de mim, e graças ao medo maior de me perder pra mim mesma, eu venci esse monstro...Beijos meu querido.
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