Tive períodos de impaciência,
provoquei celeridade no tempo,
quis rapidez, tentei urgenciar a minha vida.
Na percepção a defini efêmera, no existir... de curta duração.
E quis tudo as pressas, tudo ao mesmo tempo, tudo na emoção.
Quando a juventude fez-me companhia, tudo foi transitório,
pareceu-me breve o riso, fugaz a brandura, passageiro o amor.
E assim... velozes foram os beijos, os toques, finito os desejos.
Houve momentos que fui lacônico, os demais só discursei,
e de tão repentino, de tão superficial, fiquei comum, trivial.
Tive períodos de inquietação, provoquei desespero nas horas,
quis adiantar os amanheceres, antecipar os tremores,
sofrer antes da dor, abandonar os amores.
Mas, tudo passou... sobrevivi ao rigor da pressa,
a ligeireza da marcha, as intempéries do caminho,
e na descoberta e sozinho,
encontrei o tempo da delicadeza,
fiz de mim reflexão.
Garimpo nas profundezas da alma... essência.
Nas entranhas da carne, argumentos.
Cavo profundamente e de forma visceral, minhas verdades.
Embrenho para dentro de mim, atrás dos meus medos,
negocio sua saída, os arranco um a um, como um guerreiro.
Hoje... envelhecido, não tenho mais pressa,
deixei de ser corredeira para transformar em lago profundo.
E sem segredo... medito desmedidamente,
todos os dias, em busca...
de uma consciência
que continue abastecendo
minha alma
de amor.
Ari Mota
3 comentários:
Amigo Ari,
Que lindo e excelente texto para reflexão.
Há tempos não passava por aqui, mas hoje realmente valeu a pena.
Beijos, flores e muitos sorrisos!
Ari,
Minhas visitas aos teu blog são aulas, terapias, reflexões.
Parabéns pelas inspirações.
Abraço.
É garimpando na alma que achamos nossas qualidades.
Genial meu amigo.
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