Inusitadamente o destino bateu em minha porta,
abordou-me, querendo uma entrevista.
Em desespero pensei fugir, escapar... desaparecer.
Trazer outra vez o pretérito, suscitar o tempo vivido,
remanejar do esquecimento... o esforço do combate,
o vigor das batalhas, o suor da solidão, as noites frias,
as duvidas que se apossaram em assalto... da minha alma,
das vezes que perambulei pelas calçadas a procura de horizonte,
das vezes que vaguei desmedidamente, mais que além da descoberta,
em caça, e em desespero... aos acertos, tentando construir pontes,
aventurando-se no novo, no inusitado, no incomum... no risco.
São segredos que nem mesmo eu sei contar, dar testemunho.
Não... não permitiria este intento, esta ousadia, e como não bastasse.
Indagar-me: Qual a diferença em perder e desistir?
O destino ficará sem a minha resposta...
Fui um colecionador de derrotas, perdi demasiadamente,
mas, finquei, enraizei dentro do peito... sonhos.
E fiz deles... o meu caminhar, o meu existir.
E em tempo nenhum, e em nenhuma vez sequer... desisti.
Não consegui responder tal questão... não há diferença,
há um abismo que os separam.
Todas as vezes que perdi... tive coragem para superar.
Todas as vezes que a desistência rondou-me... tive medo.
E minha vida aconteceu assim... fui crescendo,
nunca temi perder, temia desistir.
Temia perder o sonho,
perder o amor.
E você...
Qual... a fase da tua vida?
Quais são seus medos?
Perder?
Sonhar?
Desistir?
Amar.?
Ari Mota
5 comentários:
Querido amigo e poeta, "os medos" nos são incutidos desde crianças, é o bicho papão, o velho do saco, os monstros que as vezes nos perseguem pelo resto da vida. Sonhos fazem com que nossa vida tenha expectativas, esperando sempre que o amanhã nos traga tudo o que sonhamos. Desistir é muito triste, é assinar e reconhecer firma da sua falta de capacidade. Amar...é a melhor parte da história e também a pior, quando amamos tudo fica mais fácil, as flores tem mais cor, a vida é mais bonita.
Mas como sempre o discurso não condiz com o percurso....
Minha atual fase de vida, está assim...Sonhei muito, e os sonhos se foram, perdi muitas pessoas queridas, amei muito...mas o amor também acabou...e acho que estou desistindo de mim mesma. Adorei teu texto é maravilhoso.
O ser humano vive com medo...medo de viver...beijo Lisette.
Adorei a narrativa..., como sempre.
Invisto no amor e no perseverar (inclui os sonhos), sem medo de recomeçar...
Beijos, meu estimado amigo Ari.
Adorei Ari, sabe que nem eu sei direito qual a fase da minha vida que estou agora, acho que a do cansaço, vale? rs
beijos
Querido Ari, penso que o meu maior medo, é exatamente, o de deixar de sonhar...Saudades de vir aqui, te ler, desculpe a minha ausência involuntária. Bjs.
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