Um dia a circunstância expulsou-me do conforto,
e o destino repassou-me o dirigir, entregou-me... a estrada vazia,
fez de mim navegante em abandono,
doou-me o horizonte, e ofereceu-me o inesperado como endereço,
concedeu-me a vontade, o juízo da escolha...
a prudência do olhar e a certeza de ser fiador de mim mesmo.
E tudo, foi desmedido... fui deixando pelos caminhos fragmentos,
fui sangrando inocência, lastimando em choro a solidão.
Foi o tempo em que a rudeza dos homens esbarrou com minha
pureza de menino.
Comedido calejei a alma, para suportar a indelicadeza,
e em resiliência acendi dentro do peito esperança,
e fiz dela uma chama, um fogaréu descomunal.
E como se não bastasse, tornei-me senhorio do veemente fogo
do meu existir,
E passei em vigília, e em zelo... regrar suas chamas,
fomentar suas labaredas,
estimular sua intensidade.
Passei a reger a minha travessia, e não mais vaguear ao acaso
e nem errante, perder-se nos devaneios dos meus sonhos.
E o destino fez de mim guardião, acautelo-me para manter
a chama acesa.
A protejo... dos temporais e das ventanias,
a chama que carrego... arde,
queima
de amor.
Ari Mota
5 comentários:
Querido amigo e poeta, mantenha sempre essa chama acesa, pois ela é a chama da vida, do amor. Lindo poema. Beijocas
FOI bom passar por aqui
um beijo
Meu amigo poeta, as emoções vibram nas entrelinhas, orquestram tua preciosa construção do viver - em palavras vestidas de sentimentos profundos. É tocante o exposto, atinge-nos como labaredas escaldantes.
Lindo, reconfortante.
Um beijo carinhoso!
Oi Ari, estive ausente por motivos mais fortes que minha vontade, aos poucos vou voltando a acompanhar os amigos como antes, beijos
Parabéns pela beleza e sensibilidade do seu texto! Amei ter passado por aqui.
bjs
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