Dia
desses esbarrei nos rascunhos da minha vida,
encontra-los
foi um acaso... e estavam ali,
nas
minhas profundezas... escondidos.
-
Num canto ermo da alma,
quase
adormecidos.
Eu
que os tinham como restos de mim,
fui
subjugado pela minha própria verdade,
e
percebi que eram fragmentos da minha construção.
-
De Tudo que me tornei,
da
minha imensidão.
Eram
rascunhos... das minhas tentativas,
adormeciam
ali... como se estivessem a minha espera,
compassivos
olhavam-me querendo me dizer: valeu.
-
Eram rascunhos dos meus sonhos,
rabiscos
da minha trajetória... era eu.
E
olha... cheguei a pensar que não mais existiam,
que
ficara perdido pelo caminho,
eu
só não sabia que eles estavam dentro de mim.
-
Ainda interferindo nos meus percursos,
e
definindo com quem ir... até o fim.
Há!
Esses rascunhos...
Estavam
ali... espalhados, rabiscados, desarrumados,
como
se fora remexidos por um vendaval.
-
mas só agora entardecido,
sei
que no inicio fui um rascunho, e hoje atemporal.
Eu
sei que já fui um esboço,
infinitos
ensaios, uma soma de reinícios,
e
hoje ainda estou aqui... como um aprendiz.
-
e continuo incompleto, evoluindo,
precisando
de muita coragem... para ser feliz.
E
assim... de inicio a vida me surgiu irreverente,
amedrontou-me,
quis conter-me, inibir o voo,
e
aí... fui tentar sem disfarce, experimentar o inusitado,
e
para conseguir gerei tantos rascunhos... sem querer.
-
aprendi a suportar as minhas tempestades,
e
intrépido... fui viver.
Ari
Mota
domingo, 24 de novembro de 2024
RASCUNHOS
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