Se...
faltou-lhe na emoção escondida,
e no último
dos sentimentos,
o abraço
que você nunca deu.
Se...
faltou-lhe no silêncio que arrastas,
e na
frieza das palavras,
que você
nunca disse:
estou
aqui “esse sou eu”.
Cuidado...
se em descuido,
perguntarem-lhe,
do riso
e da leveza,
da vida
que não lhe condiz,
e
inadvertido dizer:
doeu-me
a alma,
faltou-me...
ser feliz.
Atente...
para a fugacidade do destino,
e o que
carregas agarrado à pele,
- pode ser
tão somente uma ânsia descabida.
Cuidado
se esqueceu de enamorar a si mesmo,
e autômato
colecionou vazios,
empilhou
ressentimentos,
embruteceu
o olhar, a vida.
E
distraído permitiu escapar...
a última
das emoções,
essa que
encanta, extasia,
completa
todos os nadas,
preenche
todos os silêncios,
desconstrói
qualquer solitude,
estremece...
arrepia.
Que
existir não lhe doa,
que ao
menos seja um espetáculo,
um
ritual lúdico e não um desconforto,
que
pequenas partidas virem saudades,
e
chegadas... encantamento apoteótico,
e um olhe
para o outro com amor,
e sejam
assim... até o fim... um porto.
Que para
os tormentos, tenha lenitivos,
e saiba
reger com maestria a solidão.
Para a
aridez da alma... o mais puro bálsamo,
e saiba
transpor os seus desertos,
em busca
do encontro, da entrega.
Que em seu
último sentimento,
esse que
habita em ti, ainda possa dizer:
Eu te
amo.
Ari
Mota.
sábado, 30 de abril de 2022
O ÚLTIMO SENTIMENTO
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