Que
desatino é esse...
Ao meio
de tanta selvageria,
-eu aqui
insistindo com a minha poesia.
Que
desvario é esse...
Ao meio
de tamanha irreflexão,
- eu
aqui regendo a minha solidão.
E tudo
era tão simples,
quase
não se ouvia o pranto:
- era um
tocar de almas, e tudo era encanto.
Bastava
ir e a vida esbarrava na gente,
cortejar
era apenas com um riso,
abraçar
era só cingir os braços sem aviso.
E hoje
parece que viver ficou proibido,
encontrar
tornou-se uma insensatez, um perigo,
não se
pode abrir o peito... oferecer abrigo.
A praça
virou um desperdício,
e a
solitude sentou-se à mesa de bar,
impedindo
o ensejo para amar.
Que
esquisitice é essa...
Mascaramos
o riso, andamos tão impreciso,
que
estamos distanciando do esplendor.
Deslembramos
o tocar da pele,
intervalamos
a carícia na cama,
vagamos
por aí como um autômato,
e hoje o
que nos separa,
e o que
nos medeia é o amor.
E tudo
era leveza...
Foi nos
escapando do olhar... a simetria,
levamos
ao sacrifício a emoção,
que não
mais nos arrepia.
De
repente tudo ficou estranho,
expirou
a quietude, a harmonia,
permitimos
o despertar dos nossos fantasmas,
e esquecemos
da nossa teimosia.
Que
desatino é esse...
Vamos
ter que brotar de novo.
Mergulhar
nas profundezas da alma,
não deixar
o medo submerso:
- e emergir.
Remendar
as asas, revitalizar os sonhos,
ter
novas escolhas, novos caminhos,
nova
tribo, novos livros, novos amores.
E
seguir.
Ari Mota
sábado, 12 de junho de 2021
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