e combinamos: primeiro, um
não abandonar o outro,
e logo em seguida, alongar
todos os planos, e depois reinventar a vida.
Óbvio, foi que não saímos por
aí, dançando em desvario,
nem em abraços com a
insensatez, em noites de solidão.
Pactuamos, tão somente... afastar-nos
de tudo que não nos faz bem,
ou... o que nos roube o riso,
ou direcione o rumo... ou nos deixe, indeciso,
e depois... nos apequene, nos
abata ou nos transforme em desilusão.
Hoje...
Construímos um abrigo... para
as intempéries do destino,
um refúgio para nos defender
da insanidade humana.
Não permitimos nenhum
terrorista invadindo nossos sonhos.
Minha alma anda dançando de
alegria, lá dentro... tudo é quietude,
nada me fere, tornei-me
resiliente aos temporais, nada me desilude.
Na verdade tenho lutado todos
os dias, travo uma guerra descomunal,
não para vencer o mal ou
destruir outros caminhos, ou colocar ali um fim,
as batalhas que tenho são
buscas para aperfeiçoar a luz... dentro de mim.
Pelas manhãs... declaro que
vivo, minha alma arrepia só de existir,
não deixamos nada morrer aqui
dentro... resistimos a todos os ataques,
e inquebrantável ficou o meu
olhar, eterno o meu aguerrir.
Fiz um pacto com a minha
alma, todos os dias... reinventamos a vida,
debruçamos sobre as
temeridades do cotidiano... sem engano,
mas sempre achamos a saída.
Muitas foram às vezes que
viramos contemplação, imensidão,
e depois... silêncio, e
saltamos os abismos... com atitudes... destemida.
Fiz um grande pacto com a
minha alma, guardamos no peito... só amor,
e olhamos para os outros e
suas coisas sem desgosto e sem rancor.
E assim vivo os meus dias,
simples... quase sutileza.
Às vezes me pego dançando nas
madrugadas com a delicadeza.
Entre eu e minha alma existe
uma fronteira tênue,
ela, às vezes me escapa ao
tato, mais sempre está dentro de mim.
Teimamos em ser... felizes, e
isso incomoda, irrita... mais, somos assim.
Fiz um grande pacto com a
minha alma, rimos em demasia.
Tenho uma louca bailarina,
que me alucina, dançamos na rua, na esquina,
e bandos de borboletas que nos
sobrevoam... de alegria.
Fiz um pacto com a minha
alma...
Ela já não mais é...
desinquieta,
e eu... há, virei mansidão...
poeta.
Ari Mota
Um comentário:
Ari,
como você escreve lindamente...
isolo cada frase e me delicio, junto tudo e sorrio mais uma vez... cada letra tua é poética, cada texto uma oração...
uau...
beijão
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