quarta-feira, 13 de abril de 2011

DEPOIS DAS LÁGRIMAS



Se um dia romper de dentro um soluço descomunal,
como se fora um choro em descompasso,
um desespero em aflição.
E em sobressalto se ver no meio de uma tormenta,
uma ventania sem igual,
e descomedir-se no abandono,
vitimar em solidão:
Será preciso que se baste por si só, suporte a dor,
tolere a inquietação das perguntas,
e admita a verdade das respostas,
e depois compreenda o gotejar das lágrimas em confusão.
Tudo passa... nada permanece, tudo é cíclico,
somente perpetue na alma... suas escolhas,
e primaz que seja... ser feliz.
Portando, arrume-se para... depois das lágrimas,
e por falar nelas... não as deixem... rolarem para o chão,
chuvisque-as no seu existir, como regasse uma flor,
regasse sua própria alma,
porque depois das lágrimas,
você pode ser tocado
profundamente
pelo amor.

Ari Mota

4 comentários:

Denise disse...

Uma bonita descrição do que é tornar-se resiliente, meu amigo.

É um processo, visto que nada permanece porque estamos em freqüente mudança - e tudo passa, transforma-se, como a dor que cede lugar ao amor...

Uma ótima noite de sonhos regados a carinho, sem inquietações!

NOEMI disse...

maravilhoso!!!

Nara Sales disse...

"Não haveria sol se não fosse a escuridão..."
As lágrimas são remédio para a alma.

Marcello Lopes disse...

Ari, que belo texto meu amigo.

Estive ausente desse espaço que tanto me ensina, mas já estou de volta às leituras, lerei todos os seus textos.

Grande abraço.