Se fores acometido por um temor exacerbado,
e deter-se espiando a porta,
a espera de uma desventura ou um infortúnio adentrar
e invadir seu existir,
e acercar-se de criaturas que cultuam a tragédia,
o desassossego, o fel,
e untar-se de sentimentos que obste os vôos,
o espontâneo e cerceie o riso,
e não mais que possível, e ainda, não gozar do desimpedido, do isento,
e não conseguir caminhar só,
independer-se das sentenças sociais,
resguardar-se das opiniões nefastas, acautelar-se do julgo gratuito,
e consentir que o medo impeça o caminhar,
e os outros ofusquem o seu sonhar.
Você precisa mudar...
Você necessita de uma reengenharia que possa realimentar a alma,
realinhar a esperança, expor toda a sua intrepidez,
permitir uma nova releitura da própria trajetória,
de si mesmo.
Redesenhar os planos do fim, redescobrir os começos.
A sutileza do silencio, rir sem gargalhar, ver sem olhar,
e, sobretudo redefinir a intensidade dos amores, do amar.
Se fores acometido por delírios indefiníveis,
e deter-se espiando para dentro, procurando respostas,
e perceber sua alma em festa... bailando com uma louca bailarina,
ao som de uma orquestra de borboletas azuis, ao luar.
Não... você não foi acometido por loucuras,
nem por devaneios de poeta.
A felicidade fez morada dentro de ti... e você não percebeu.
Só lhe resta o abandono do medo, o reaprender do amor
e a intrepidez para ser feliz.
Ari Mota