Vez por outra, me recolho dos
temporais...
Encurto-me, faço-me pequeno...
para caber dentro de mim.
Em um tempo já passado... inventei
que era de medo,
hoje, gasto pelas
desventuras, a percebo apenas... como incomum,
fiquei seletivo, não mais
travo batalhas com qualquer um,
a inabilidade do oponente... rouba-nos
a energia, altera a freqüência.
Dentro de mim tem uma alma e
dois corações... um que pulsa,
o outro é livre nas escolhas...
resiliência.
Busco o que de mais moderno
tenho no olhar... sem tormentos,
penso menos, realizo mais...
sem envelhecer os meus questionamentos.
Bom que... consegui ver o
existir de outro prisma,
no principiar dos meus
dias... achei que tudo era uma guerra,
depois, o aceitei apenas como
um ligeiro combate, nada me abisma.
Vez por outra, me recolho...
E uma das vozes da minha
alma, é a busca da quietude, é o meu clamar.
É na verdade... quando
consigo ouvir o meu silencio,
é quando fujo da escassez de
argumentos, do vociferar,
e em valentia... sei que preciso
competir só com os maiores que eu,
ali... aumento-me, torno-me
mais interessante... melhor,
e... fica inelutável combater em desespero, em
todos os vendavais,
vez por outra... recolho-me
para não lutar.
Sem perder... evidente, aqueles
olhos pulsantes, vibrantes,
vermelhos de vida, puro
clarão,
guardo as armas, paro de
contar os mortos, abraço os vivos,
e mando cartas de amor,
dizendo que vou voltar.
E minha liberdade inicia aí...
o silencio vem me fazer companhia,
e um anjo assenta ao meu
lado... segura a minha mão,
e entra alma adentro... vasculhando
resíduos de esperança, de ousadia,
restaurando sopros de sonhos,
reconfigurando traços de alegria,
e me refaço... intenso,
imenso dentro da minha própria pequenez,
sem desabar no abandono da
solidão.
Vez por outra... recolho-me,
vou para dentro de mim, sem nenhum temor,
lá encontro, num canto... o
encanto da minha própria quietude,
olhando para as estrelas em
silêncio,
brincando de inocência,
brincando de ser feliz,
brincando de amor.
Ari Mota
Gostaria de, em algum momento ter um espaço para relaxar e pensar um pouco mais, mas a verdade é que eu não sei se tenho paciência para escrever agora eu só relaxar um pouco, porque eu estou trabalhando duro no site do restorando
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