sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

NASCER E MORRER


Fui convidado a participar de uma conferência... eu e minha alma.
Acordamos mudar nossas atitudes, nossas vidas,
realinharmos nossos olhares, nossa existência.
Ela sugeriu que morrêssemos todos os dias...
Em morrendo, iríamos desaprender a rispidez do dia,
a descortesia dos rudes, a insensatez dos vis,
a indelicadeza dos brutos, a aspereza dos desequilibrados,
e a incivilidade dos líderes, e o gosto tosco dos afoitos.
E em morrendo, olvidaríamos a intolerância, a indiferença,
estaríamos por analogia desvanecendo o desamor, o ódio.
Literalmente dissipando do nosso peito o que nos fere.
Estaríamos morrendo nitidamente puros, límpidos...
E que renascêssemos todas as manhas com o por do sol...
E que despertássemos sorrindo, livres... renovados,
fazendo florescer todas as esperanças, todos os sonhos.
E que viveríamos até o final do dia desarmado, em paz,
transmitindo afeto, respeito e deferência a todos.
Tenho nascido todos os dias... e melhor... com mais sensatez.
Minha vida incorpora verdades, e reveste-se de serenidade.
Tenho morrido todos os dias...
Mas... quando nasce o sol... a vida me concebe em festa,
cada dia ao vir à luz, venho amando...
cada dia mais a vida.

Ari Mota

5 comentários:

  1. Como é nascer de novo pelos caminhos da escuta profunda.
    Muito bom!
    É isso mesmo, vá fundo.
    Sublimes abraços

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  2. Uma forma sábia de viver e dar a vida.

    abraço

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  3. O ciclo do dia é o cliclo da vida.
    Que bela relfexão!

    Beijo!

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  4. Ari
    Belo texto...falar da alma é complexo...

    Beijinhos
    Sonhadora

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  5. Ari meu querido

    Nascemos e morremos todos os dias, na medida das nossas experiências diárias, nos diversos âmbitos de nossa experiência de vida.
    Se temos a necessidade de morrer, é porque já vivemos o suficiente. E se não há nada a acrescentar neste momento, melhor é buscar renascer onde sejamos úteis e possamos dar e receber algo que nos faça crescer como seres humanos. Nossa única obrigação neste sentido é sermos felizes e fazermos os outros felizes. Em que tempo? No tempo que a vantagem da escolha em nascer de novo nos proporciona.

    Un beso

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