quarta-feira, 22 de julho de 2015

AINDA... DÁ TEMPO

Às vezes... por um descuido,
em uma dessas curvas do destino,
o cansaço... chega a nos alcançar,
a dúvida toma de assalto os nossos sonhos,
e entorpecidos pelos excessos,
podemos... afogar na própria solidão.
Às vezes... inadvertidos,
e nessa efêmera busca... das coisas,
e sozinho... as vezes, nos perdemos pelo caminho,
e ao acaso... não sabemos desassombrar a própria luz,
nem se reacender de dentro para fora,
nem se preparar para uma nova dimensão.
E assim...
todas as vezes que nos achamos desnecessário,
necessário é transmudar a alma, despertar.
E que saibamos... que ainda... dá tempo,
de incendiar o brilho dos olhos,
e se... achamos... exíguo os dias,
ou que tudo esteja em cima da hora,
o que nos resta é apoderar de toda a emoção,
antes de ir embora.
E se nossos argumentos estão ficando escassos:
Que tenhamos a coragem... para sermos felizes,
e em silêncio... abreviar a nossa estupidez.
Que saibamos ouvir as estrelas, se emocionar com a poesia,
se encantar com a beleza que deslumbra uma melodia.
Que saibamos fazer... da nossa resiliência... intemporal,
e possamos transcender de todos os nossos medos,
e que finalmente, nossa delicadeza seja múltipla,
nossa vida seja um palco que modele a sensatez,
que saibamos resgatar a nós mesmos... dos vazios,
que tenhamos mais... recomeço... e menos final.
Ainda... dá tempo...
De desistir... das vaidades, da vigilância, do julgo fácil,
da fé que nos limita, da critica que nos destrói,
do choro que suplica,
do rótulo pegado a pele, da comoção exacerbada,
do coisificar dos apegos,
das desculpas que nos apequena,
dos pressupostos alheios... que nos danifica.
Ainda... dá tempo...
Se o mundo é um lugar hostil,
que possamos mudar o nosso interior,
a inteligência que nos habita... a nossa alma...
e ter um lugar melhor para se viver,
um lugar de amor.

Ari Mota